sábado, 19 de agosto de 2023

 

MEDITAÇÃO DO EQUINÓCIO DE PRIMAVERA

 

            “Eis que faço novas todas as coisa!”

            O outono é o tempo de plantar as sementes; o inverno é o tempo de germinação e da formação das raízes; a primavera é o florescimento dessas novas sementes, que trazem nova aspiração de vida para a colheita do verão.

            Significa, abertura do véu entre o plano físico e o espiritual, para que se inaugure a ressurreição em nossa vida.

            É a estação da criação, é o impulso para elevar nossa vida a um plano superior, como uma semente que brota da terra, erguendo-se no ar.

            Os mitos sobre a ressurreição, associados com a primavera, são muitos. Esse é o tempo para o fogo do que é novo. O fogo é um elemento que consome e modifica, ele tanto pode destruir como criar.

            É fusão alquímica e mágica da água com o fogo. As águas vivas dentro de nós (energias femininas) adquirem um novo brilho (o fogo das energias masculinas), para que possamos expressá-las mais plenamente.

            Devemos iniciar uma nova ordem na nossa vida; queimar o velho (escória), para que novas sementes possam brotar e adquirir nova expressão; criar novos padrões de energia para acelerar a iniciação; retirar do caminho as pedras da limitação pessoal e dos sentidos; entender o processo dinâmico da cura; afirmar a Vontade sobre a personalidade; e equilibrar as polaridades; elevar-se acima do Eu Inferior, dando plena expressão à verdadeira energia Crística. Comunhão plena e verdadeira com a hierarquia Angélica.

            Rafael é o Anjo da correção, da beleza, da cura e da vida. É o anjo da ciência e do conhecimento. Preceptor de Isaac.

 

MEDITAÇÃO DO ARCANJO RAFAEL

 À medida que você começa a relaxar, a consciência do lugar onde você está desaparece. Um manto de escuridão cerca você e o faz sentir-se estranhamente seguro. Quando você observa a escuridão, ela começa e se dissipar. Você percebe que está no centro de uma pequena montanha por onde corre um rio tranquilo. Suas águas são escuras e profundas. O céu acima está repleto de nuvens rodopiantes de cor cinza escuro. As árvores e arbustos são nus e cinzentos. Do outro lado do rio, há um templo antigo em ruínas. Anoitece, e o Sol se põe atrás de você, levando consigo a derradeira claridade do dia.

Você está em pé num caminho que chega até o rio escuro. Há pessoas em fila de ambos os lados do rio, usando pintura e vestidas de luto. Você anda silenciosamente entre elas, sem saber como reagir à sua tristeza e também sem saber o que fazer.

Na margem do rio há um pequeno batelão e, sobre ele, um altar coberto de preto. Parece um sarcófago aberto, e esse pensamento não faz você se sentir bem. Perto do caminho, uma pessoa alta, vestida de preto, está em pé. Em seu peito há um símbolo: um cálice dourado, sobre um fundo de cor azul. No batelão, perto do sarcófago aberto, há três figuras encapuçadas caladas e rígidas. Você sobe no batelão, buscando ver no rosto velado , dessas personagens alguma indicação dos eventos que se seguirão. Silenciosamente, elas ajudam você a se deitar sobre o altar e envolvem você,  até o queixo, num pano negro de seda. No pano há o bordado de uma fênix   gigante erguendo-se do fogo e das cinzas.

 O batelão se afasta da margem, e a um aceno do guia com o emblema  do cálice uma das outras três pessoas tira de dentro do manto uma rosa  branca, enquanto a segunda faz surgir uma grande espada. A espada toca  a rosa, e ela se colore de um vermelho intenso. Então a rosa é mergulhada  na água ao lado do batelão. A água se incendeia, todo o rio fica em chamas.

As chamas cercam o batelão, água e fogo juntos, um não extinguindo  o outro. Quando os seus guias se certificam de que você está plenamente  consciente do fogo, o pano negro é puxado para cima e dobrado sobre a  sua cabeça  .

De novo a escuridão. Você está só. Não deve ver nem ouvir nada.  Você sabe que o fogo está queimando a água, mas não sabe que efeito terá sobre o batelão. Será que o fogo irá consumir o batelão? Será que irá consumir você? Você faz força para respirar profundamente e relaxar. De algum modo você sabe que pode dar novo rumo aos acontecimentos, se quiser, mas também sabe que em alguma ocasião essa viagem terá de ser  feita. Como sempre, a escolha é sua. 

 Você ouve as palavras em sua mente: "Seja feita a Tua vontade," e toma a decisão. Tudo está em silêncio. Você fica a sós com os próprios  pensamentos  sobre a santidade da sua vida. A sua mente começa a observar o passado, os acontecimentos da sua vida. Você revê todas as pessoas e fatos com que deparou. Todas as mudanças pelas quais passou flutuam diante dos seus olhos, mostrando-lhe como veio a tomar-se quem é agora. Você vê as pessoas a quem feriu e vê as que o feriram. Vê e sente o amor que deu e o amor que perdeu. Você vê sua vida entrelaçada com a vida de tantas pessoas, cada uma acrescentando algo à essência de criatividade que você é agora!

Você se lembra de todas as tarefas inacabadas e tudo o que prometeu que faria. Vê todas as ilusões da vida com que deparou e todas as bênçãos que recebeu. Lembra-se das aptidões que demonstrou ter no passado e às quais pode dar nascimento mais uma vez. Vê os sonhos, as esperanças e os desejos que ainda tem de realizar, enquanto surge em você a compreensão de que as oportunidades para realizá-los nunca passam. Elas sempre estão à mão!

Quando o batelão toca na areia da praia, ele dá um pequeno solavanco. Você curva as costas, sentindo a rigidez dos músculos. Percebe que se passou bastante tempo. Devagar, você tira o pano negro do rosto. As águas do rio não estão mais ardendo. É a hora que antecede a aurora; o Sol ainda não nasceu. E os seus guias foram embora.

Você percebe que está na margem, bem longe do lugar onde começou a viagem. No lado do morro você pode enxergar a silhueta de um antigo templo. Você se levanta do altar e pula do batelão para o chão.

Você sobe a montanha rumo ao templo distante. Ao chegar lá em cima, você vê o templo magnífico, em sua glória luminosa. Ele não está mais em ruínas. As duas árvores que ladeiam a porta principal estão repletas de folhas verdes e você olha ao redor. Toda a terra está verdejante outra vez. As árvores e arbustos estão repletos de nova vitalidade.

 

Nesse momento, os primeiros raios do Sol surgem no horizonte, no Leste. Com isso, a porta do templo se escancara, convidando-o a entrar. Ao pé no altar central estão os seus quatro guias, mas eles não estão mais vestidos de preto. Sua cor é a dos grandes seres de luz; afinal, os seus guias são os arcanjos das estações: Miguel, com a espada flamejante, Gabriel com a rosa branca, Auriel em branco luminoso e Rafael no centro, segurando bem acima da cabeça o Grande Cálice da Vida.

O templo é inundado com a música da harmonia e da vida. Todos os que estavam de luto agora estão vestidos com as cores do arco-íris e, à medida que cantam, o Sol vai surgindo do horizonte. Sua luz enche o templo, trazendo novo fogo e vida para todos. Ele toca e enche o Santo Graal, irradiando e reflectindo sobre a Terra.

Você olha para trás, para o rio, e vê a luz dourada do Sol reflectindo-se nas águas e enchendo-as de nova radiação e de um fogo de luz, não de chamas. Quando você se vira oura vez para o altar, Rafael se volta na sua direcção, segurando no alto o Cálice Dourado. Ele levanta os olhos para os céus e a luz jorra sobre você. A luz entra em você em espirais, atravessando o seu corpo e você é renovado. Você toma a nascer. Sua aura se incendeia com novo brilho e você pode vê-la em toda sua verdadeira glória. Ela é inspirada por uma cruz de luz radiante que brilha jorrando sobre você como uma grande estrela no céu, uma estrela que iluminará toda a sua vida.

Você fecha os olhos cheio de gratidão e ora, elevando os pensamentos e o coração para o divino por meio da canção do Templo Interior. Quando você abre os olhos, o templo desaparece, mas você ainda guarda dentro de si a sua imagem viva. Suas energias aumentarão como o Sol que se levanta e sua vida se mesclará aos fogos criadores de Cristo.

 

 

 

 

 

 

 MEDITAÇÃO DO EQUINÓCIO DE OUTONO

Significa purificação e transmutação do Eu Inferior.
A alma, de consciência inferior passa por um tempo de prova. Para alguns, pode trazer a “ prova de Abraão, a disposição para desistir daquilo que lhe é mais sagrado.
Foi Miguel quem amparou Jesus no Getsêmani, ajudando-o na transmutação das “correntes de ódio e de desespero” da Terra, em “correntes de amor e de cura”.
Miguel é o companheiro Iniciado de todo aluno dos Mistérios, tais como, do Santo Graal. Miguel é “ o matador de dragões” ( Eu Inferior). Encontra os habitantes do limiar e empurra o “dragão” para as profundezas do inferno. Os “dragões” não devem ser mortos, mas sim controlados e transmutados.
Guardião do ponto cardeal Sul da Terra, e do elemento fogo. Guardião e portador da Espada Flamejante, Miguel é associado ao planeta Saturno.
Ele foi um dos quatro arcanjos que manteve a guarda de honra ao redor da manjedoura no nascimento de Jesus.
Também conhecido por, “ A FACE DE JEOVAH!
MEDITAÇÃO DO ARCANJO MIGUEL
Esta meditação pode ser muito eficaz se for feita ao ar livre na hora do crepúsculo.
As imagens são um poderoso instrumento para invocar as energias arquetípicas dos Mistérios de Cristo, à medida que se manifestam ao longo do outono. Relaxe e sinta que você está subindo lenta e suavemente rumo aos céus. As estrelas brilhantes enchem a noite de centelhas diamantinas. Ao longe, está uma estrela que se destaca das demais. Ela cintila com tal brilho que ofusca as demais e derrama torrentes de luz sobre a Terra.
À medida que flutua suavemente pelos céus, seus olhos acompanham o caminho da luz dessa grande estrela, que segue até a Terra. No alto de uma elevada montanha, com vista para a Terra, há um templo. A luz da estrela delineia as quatro colunas que separam o interior do templo do exterior. Da altura em que você está, ele parece ter a forma de uma cruz, com cada coluna representando um dos quatro pontos cardeais.
Você começa a sentir que está descendo suavemente, até pousar sobre a grama macia que cerca esse grande templo. Você está diante das suas portas. O pórtico é adornado com uma grande espada flamejante. Ao entrar pela porta, a espada começa a brilhar ainda mais e um som enche o ar nocturno, fazendo a terra e você tremerem.
Você dá um passo para trás e, nesse momento, a terra em cada lado da porta se abre e brotam duas árvores imensas. Seu tronco e seus galhos se estendem em todas as direcções, enrodilhando-se e curvando-se, até que a porta do templo mal pode ser vista e se torna praticamente intransponível. As árvores crescem para todos os lados, sem uma forma definida. Elas se entrelaçam, se juntam, formando nós, impedindo um crescimento maior. Elas cresceram selvagemente e uma está começando a impedir o crescimento da outra.
O ruído diminui e volta o silêncio. Você está diante da porta bloqueada do templo, inseguro quanto ao que fazer. Do meio do silêncio vem a resposta. Uma luz suave começa a se formar entre você e as árvores. A luz, de um tom rosa delicado, se transforma numa gigantesca coluna de luz que se estende da terra até o céu. Uma lufada de vento passa por você, a luz vai ficando mais fraca, vai diminuindo e lá está, diante de você, um belo ser de grande força e luminosidade.
Seu olhar é penetrante como o aço. Vestido em trajes da cor das folhas de outono, em tons avermelhados, ele prende a sua atenção. Em sua mão está uma espada que é mais luz do que matéria. Envolvido pela energia da essência desse ser, você não tem outra saída senão sentir a sua força. Você admira como ele é capaz de controlar essa força. Ele sorri, como se estivesse lendo os seus pensamentos.
Ele faz um gesto com a mão e aos pés dele se abre um grande buraco na terra. Através desse buraco, você pode ver as profundezas da terra e mais além. Bem lá no fundo há um poderoso e magnífico dragão vermelho e dourado. A cada sopro, ele exala luz e energia de força primitiva, em direcção a toda a vida que existe na Terra.
Miguel ergue a Espada Flamejante acima dessa energia primitiva e ela se levanta, se suaviza e o cerca. Ela passa por ele, abençoando a todos com sua força e amor.
"Todos nós temos de enfrentar os nossos dragões. Cada um de nós tem de enfrentar aquilo de que tem mais medo. Quando aprendemos a transmutar nossos dragões, deixamos que a luz e o amor nasçam dentro de nós. Quando aprendemos a brandir, em cada aspecto da nossa vida, a Espada Flamejante da Lei Espiritual e do Discernimento, controlamos os dragões em vez de sermos controlados por eles."
Ele agita sua mão outra vez sobre seus pés, e a imagem desaparece. Você olha para ele, captando a força de suas palavras gentis. Ele dá um passo em direcção às portas do templo.
"Diante de todos estão as árvores da Vida e do Conhecimento. Antes que alguém entre no templo interior, as árvores têm de ser podadas e aparadas. Assim como o arbusto é podado no outono para que cresça mais verde e fértil na primavera, a vida de vocês também tem de ser desbastada. Olhe para essas árvores e veja nesse emaranhado confuso o que tem de ser podado e extirpado da sua vida para que ela seja mais frutífera."
Você olha para as árvores de ramos entrelaçados e emaranhados. Vê as pessoas e as situações, os hábitos, comportamentos e atitudes, e reconhece o que está bloqueando o seu crescimento. Ao olhar para as duas árvores, você vê tudo o que precisa fazer para desembaraçar a sua vida. Você vê a si mesmo podando e desemaranhando a árvore, um galho por vez. A tarefa parece enorme, quase impossível.
"Nunca somos confrontados com mais do que podemos lidar." Essas palavras gentis tiram você do devaneio, enchendo-o de coragem.
"Agora, olhe outra vez." Você toma a olhar para as árvores. Elas não estão mais entrelaçadas nem cheias de nós. Então erectas, cheias de folhas verdes. Suas flores anunciam os frutos que virão no futuro. As portas para o Templo Interior não estão mais obstruídas. Lentamente, elas começam a se abrir, enquanto uma luz dourada e um coro de canções envolve você.
Lá dentro, você vê um altar sobre o qual está uma cruz de braços iguais. No centro da cruz há uma grande rosa branca. Uma luz brilha do alto, fazendo você lembrar da estrela cujo raio de luz o transportou a este templo. Diante do altar está um magnífico ser feito de raios de luz azuis e dourados. Ele se volta para você silenciosamente, consciente da sua presença. Lentamente, ele ergue um Cálice Dourado, o Graal da Vida , para os céus, numa prece silenciosa.
A porta se fecha devagar, deixando você unicamente com a alegria da lembrança que se gravou no seu coração. Miguel está diante de você; seu olhar é temo e amoroso.
"Com energia, todos nós temos de nos preparar para podermos entrar nos templos interiores dos mistérios do Divino. Houve uma época em que cada pessoa tinha de fazer isso por si, a sós, mas esse tempo se foi. Hoje há muitas fontes que ensinam e dão orientações àqueles que apenas querem abrir seu coração."
Miguel ergue a espada flamejante e, suavemente, toca o seu peito com a ponta. Ele fecha os olhos e diz uma palavra estranha, embora familiar . Você sente o coração queimar com a luz da Espada Flamejante. Você olha para o peito e vê dentro dele o seu coração concentrar a própria Espada Flamejante da Verdade.
"Quando você tocar o coração e imaginar a Espada Flamejante dentro dele, eu virei. Pois, à medida que você desperta para o Cristo interior e aprende a expressá-lo, você se toma um Filho ou uma Filha da Espada Flamejante."
A espada de Miguel fica mais radiante, envolvendo você com sua luz para em seguida esmaecer. Nesse momento, você se vê sozinho do lado de fora do Templo; contudo, ainda sente o calor da Espada Flamejante vivo dentro do seu coração. Você olha para o céu e vê aquela estrela que o levou para esse momento. Quando olha para ela, você se sente flutuar mais uma vez, suavemente, para o céu. E leva consigo a sua experiência, a lembrança e a energia da invocação da purificação e da preparação que o leva aos Mistérios do Templo Interior.
Extraído do livro- O Cristo Oculto
Ted Andrews