sexta-feira, 9 de março de 2012

PROCESSO FORMATIVO

PROCESSO FORMATIVO
O milagre e o mistério da vida é que me organizo e me formo.
Experiencio o universo como um campo de excitação, um continuum de excitação, um oceano de correntes excitatórias.
Essa excitação é a experiência básica da vida corporal.
(excitação – expansão – crescimento – inibição – contracção - limitação).
PROCESSO DE CORPORIFICAÇÃO
A formação de limites.
Uma volta sobre si mesma.
Experiencia o self como separado, individualizado.
Começa a sentir poder, a forma desse self.
A excitação não para de se expandir, ela se intensifica dentro do indivíduo.
Há um sentimento de percepção, de autoconhecimento. Torna-se canal de auto-expressão. (expansão – contracção - auto-percebendo - auto-conhecendo – expressando – interagindo - novas experiências).
Á medida que o indivíduo vive a vida, os eventos mais importantes formam ele para ser outro alguém.

Fases do processo formativo:
1- pré- pessoal 2- pessoal 3- pós-pessoal.

Nas viradas da vida, três decisões:
.restringir e definir uma parte de si mesmo
.criar limites e diferenciar-se, tornando-se pessoa (humano).
.Torna-se sem limites, ilimitado.

Toda a vida parece capaz de formar a si mesmo. Essa auto-formação é imprevisível e previsível; involuntária e voluntária; impessoal e pessoal. Todos nós formamos corpos; não obstante, cada um de nós forma um corpo singular. Todos nós abrimos mão da nossa forma, embora cada um de nós o faça de um modo singular. Todos nós morremos, embora cada um de nós forme a sua própria morte.

ATITUDE
Uma atitude é um conjunto corporal. Atitudes têm componentes musculares, emocionais e mentais.
As atitudes formam o pano de fundo do carácter. Se eu tiver atitudes rígidas, elas não definirão apenas o meu sistema rígido de crenças; definirão também o sistema rígido de sentimentos, e o sistema rígido de acções pertencentes ao meu rígido conjunto corporal.
Se a minha capacidade de auto-expressão estiver severamente limitada, é porque desenvolvi atitudes que restringem a expansão da minha excitação. Travo os músculos nas minhas mãos, braços, boca, peito, barriga, pernas. Isto me faz precavido, conservador e desconfiado. Procuro tradições. Acredito que se apoiar no conhecido é mais seguro e melhor do que fazer as coisas do meu próprio jeito.
Moldamos a nós mesmos organizando atitudes.

Há dois tipos distintos de atitudes:
1- voltada para a satisfação 2- voltada para a frustração.
Procuram atender as necessidades instintivas e sociais.

1- ATITUDES DE SATISFAÇÃO - forma corporal de ir adiante, aprumada, equilibrada, flexível. Há uma simetria revelada como harmonia entre as metades esquerda e direita do cérebro (praticidade e intuição) e, mais frequentemente, entre os lados esquerdo e direito do corpo. Os olhos são coordenados. As pernas, braços e torso são integrados. Os pensamentos e sentimentos são consistentes com as acções da pessoa. Essa harmonia, essa integração são percebidas mentalmente como interesse, autoconfiança, imaginação e disposição de conviver com o desconhecido; no plano emocional, como sentimento de excitação, antecipação, amor, alegria. É um visionário. Pessoa que se compromete e são solidárias com uma tarefa. Pessoas que amam fazer aquilo que estão fazendo. Pessoas que se sentem a serviço de si e dos outros.
Quando há interferência nessa nossa auto-organização vai resultar numa falência dessas atitudes voltadas para a satisfação. Tornamo-nos assimétricos e há uma perda da graça e da conexão.

2- ATITUDES DE FRUSTRAÇÃO - enredados num padrão de frustração, registramos pensamentos de insegurança, incompetência e confusão, sentimentos de ressentimento, hostilidade, inutilidade e desespero. Há um encolhimento geral do nosso self. Atitudes de frustração conduzem a uma flexibilidade cada vez menor para continuar crescendo, uma habilidade corporal cada vez menor para continuar reformando o self que se é. Recuamos para atitudes testadas, velhos padrões da infância (teimosia e dependência). Tornamo-nos repetitivos, tediosos e entediados.
As atitudes formativas buscam a sua satisfação na expressão do novo. As atitudes de frustração anseiam por objectivos compensatórios. É fácil ver que o orgulho é uma elevação forçada, um endurecimento da parte superior do torso, do pescoço e do maxilar para compensar o esvaziamento e a impotência que aí estão. Em contraste, o verdadeiro orgulho de viver uma vida formativa provém de se estar preenchido pela própria excitação. A excitação se organiza como sentimentos de auto-estima e expressões de elegância e mobilidade.
Se uma pessoa estiver paralisada numa excitação sexual frustrada, o truque é levá-la, corporalmente, a re-experienciar o estado de susto que deu origem ao seu conflito. O padrão de susto é a atitude essencial que precisa ser focada.
Começo a desfazer as minhas atitudes de frustração experienciando e percebendo-as como meu corpo. Uma contracção muscular crónica não é algo que outra pessoa está fazendo comigo. É algo que eu estou fazendo comigo mesmo. Ao chegar a reconhecer como me porto, começo a entrar em contacto com os sentimentos, pensamentos e lembranças que se combinam com a minha estrutura. Começo a experienciar a história pessoal das amarras com as quais me amarrei, e assim, eu me conecto com o corpo vivo que sou.
Atitudes de desamparo e desespero se manifestam habitualmente no peito e nos ombros, já que é a partir dessa área que os sentimentos de confiança, expansão, riso e amor buscam expressão. Restringimos esses sentimentos colapsando ou rigidificando o peito, restringindo a respiração, o choro, o grito e as sensações de suavidade e vulnerabilidade. Ao encorajar a nossa respiração e auto-expansão, tanto física como mentalmente, começamos a reformar essas atitudes.
A frustração contínua conduz a sentimentos e pensamentos cada vez mais negativos, cada vez mais raivosos, restritivos e a formas depressivas de manter o próprio mundo. Ao aprender a soltar uma atitude que segurei por longo tempo, posso sentir um certo desamparo. Posso sentir dor e desconforto mental. Posso experienciar estranheza. Mas, também sinto o fluxo excitatório reorganizando a mim mesmo. A desorganização de atitudes é uma parte natural do processo formativo. O processo para dissolver atitudes e reformá-las é um processo de aprendizagem por experienciação.

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