MEDITAÇÃO DO EQUINÓCIO DE PRIMAVERA
“Eis que faço novas todas as coisa!”
O outono é o tempo de plantar as
sementes; o inverno é o tempo de germinação e da formação das raízes; a
primavera é o florescimento dessas novas sementes, que trazem nova aspiração de
vida para a colheita do verão.
Significa, abertura do véu entre o
plano físico e o espiritual, para que se inaugure a ressurreição em nossa vida.
É a estação da criação, é o impulso
para elevar nossa vida a um plano superior, como uma semente que brota da
terra, erguendo-se no ar.
Os mitos sobre a ressurreição,
associados com a primavera, são muitos. Esse é o tempo para o fogo do que é
novo. O fogo é um elemento que consome e modifica, ele tanto pode destruir como
criar.
É fusão alquímica e mágica da água
com o fogo. As águas vivas dentro de nós (energias femininas) adquirem um novo
brilho (o fogo das energias masculinas), para que possamos expressá-las mais
plenamente.
Devemos iniciar uma nova ordem na
nossa vida; queimar o velho (escória), para que novas sementes possam brotar e
adquirir nova expressão; criar novos padrões de energia para acelerar a
iniciação; retirar do caminho as pedras da limitação pessoal e dos sentidos;
entender o processo dinâmico da cura; afirmar a Vontade sobre a personalidade;
e equilibrar as polaridades; elevar-se acima do Eu Inferior, dando plena
expressão à verdadeira energia Crística. Comunhão plena e verdadeira com a
hierarquia Angélica.
Rafael é o Anjo da correção, da
beleza, da cura e da vida. É o anjo da ciência e do conhecimento. Preceptor de
Isaac.
MEDITAÇÃO DO ARCANJO RAFAEL
À medida que você começa a relaxar, a
consciência do lugar onde você está desaparece. Um manto de escuridão cerca
você e o faz sentir-se estranhamente seguro. Quando você observa a escuridão,
ela começa e se dissipar. Você percebe que está no centro de uma pequena
montanha por onde corre um rio tranquilo. Suas águas são escuras e profundas. O
céu acima está repleto de nuvens rodopiantes de cor cinza escuro. As árvores e
arbustos são nus e cinzentos. Do outro lado do rio, há um templo antigo em
ruínas. Anoitece, e o Sol se põe atrás de você, levando consigo a derradeira
claridade do dia.
Você está em pé num caminho que chega até o rio escuro. Há
pessoas em fila de ambos os lados do rio, usando pintura e vestidas de luto.
Você anda silenciosamente entre elas, sem saber como reagir à sua tristeza e
também sem saber o que fazer.
Na margem do rio há um pequeno batelão e, sobre ele, um
altar coberto de preto. Parece um sarcófago aberto, e esse pensamento não faz
você se sentir bem. Perto do caminho, uma pessoa alta, vestida de preto, está
em pé. Em seu peito há um símbolo: um cálice dourado, sobre um fundo de cor
azul. No batelão, perto do sarcófago aberto, há três figuras encapuçadas
caladas e rígidas. Você sobe no batelão, buscando ver no rosto velado , dessas
personagens alguma indicação dos eventos que se seguirão. Silenciosamente, elas
ajudam você a se deitar sobre o altar e envolvem você, até o queixo, num pano negro de seda. No pano
há o bordado de uma fênix gigante erguendo-se do fogo e das cinzas.
As chamas cercam o batelão, água e fogo
juntos, um não extinguindo o outro. Quando
os seus guias se certificam de que você está plenamente consciente do fogo, o pano negro é puxado
para cima e dobrado sobre a sua cabeça .
De novo a escuridão. Você está só. Não deve ver nem ouvir
nada. Você sabe que o fogo está
queimando a água, mas não sabe que efeito terá sobre o batelão. Será que o fogo
irá consumir o batelão? Será que irá consumir você? Você faz força para
respirar profundamente e relaxar. De algum modo você sabe que pode dar novo
rumo aos acontecimentos, se quiser, mas também sabe que em alguma
ocasião essa viagem terá de ser feita.
Como sempre, a escolha é sua.
Você ouve as
palavras em sua mente: "Seja feita a Tua vontade," e toma a
decisão. Tudo está em silêncio. Você fica a sós com os próprios pensamentos
sobre a santidade da sua vida. A sua mente começa a observar o passado,
os acontecimentos da sua vida. Você revê todas as pessoas e fatos com que
deparou. Todas as mudanças pelas quais passou flutuam diante dos seus olhos,
mostrando-lhe como veio a tomar-se quem é agora. Você vê as pessoas a quem
feriu e vê as que o feriram. Vê e sente o amor que deu e o amor que perdeu.
Você vê sua vida entrelaçada com a vida de tantas pessoas, cada uma
acrescentando algo à essência de criatividade que você é agora!
Você se lembra de todas as tarefas inacabadas e tudo o que
prometeu que faria. Vê todas as ilusões da vida com que deparou e todas as
bênçãos que recebeu. Lembra-se das aptidões que demonstrou ter no passado e às
quais pode dar nascimento mais uma vez. Vê os sonhos, as esperanças e os
desejos que ainda tem de realizar, enquanto surge em você a compreensão de que
as oportunidades para realizá-los nunca passam. Elas sempre estão à mão!
Quando o batelão toca na areia da praia, ele dá um pequeno
solavanco. Você curva as costas, sentindo a rigidez dos músculos. Percebe que
se passou bastante tempo. Devagar, você tira o pano negro do rosto. As águas do
rio não estão mais ardendo. É a hora que antecede a aurora; o Sol ainda não
nasceu. E os seus guias foram embora.
Você percebe que está na margem, bem longe do lugar onde
começou a viagem. No lado do morro você pode enxergar a silhueta de um antigo
templo. Você se levanta do altar e pula do batelão para o chão.
Você sobe a montanha rumo ao templo distante. Ao chegar lá
em cima, você vê o templo magnífico, em sua glória luminosa. Ele não está mais
em ruínas. As duas árvores que ladeiam a porta principal estão repletas de
folhas verdes e você olha ao redor. Toda a terra está verdejante outra vez. As
árvores e arbustos estão repletos de nova vitalidade.
Nesse momento, os primeiros raios do Sol surgem no
horizonte, no Leste. Com isso, a porta do templo se escancara, convidando-o a
entrar. Ao pé no altar central estão os seus quatro guias, mas eles não estão
mais vestidos de preto. Sua cor é a dos grandes seres de luz; afinal, os seus
guias são os arcanjos das estações: Miguel, com a espada flamejante, Gabriel
com a rosa branca, Auriel em branco luminoso e Rafael no centro, segurando bem
acima da cabeça o Grande Cálice da Vida.
O templo é inundado com a música da harmonia e da vida.
Todos os que estavam de luto agora estão vestidos com as cores do arco-íris e,
à medida que cantam, o Sol vai surgindo do horizonte. Sua luz enche o templo,
trazendo novo fogo e vida para todos. Ele toca e enche o Santo Graal,
irradiando e reflectindo sobre a Terra.
Você olha para trás, para o rio, e vê a luz dourada do Sol
reflectindo-se nas águas e enchendo-as de nova radiação e de um fogo de luz,
não de chamas. Quando você se vira oura vez para o altar, Rafael se volta na
sua direcção, segurando no alto o Cálice Dourado. Ele levanta os olhos para os
céus e a luz jorra sobre você. A luz entra em você em espirais, atravessando o
seu corpo e você é renovado. Você toma a nascer. Sua aura se incendeia com novo
brilho e você pode vê-la em toda sua verdadeira glória. Ela é inspirada por uma
cruz de luz radiante que brilha jorrando sobre você como uma grande estrela no
céu, uma estrela que iluminará toda a sua vida.
Você fecha os olhos cheio de gratidão e ora, elevando os
pensamentos e o coração para o divino por meio da canção do Templo Interior.
Quando você abre os olhos, o templo desaparece, mas você ainda guarda dentro de
si a sua imagem viva. Suas energias aumentarão como o Sol que se levanta e sua
vida se mesclará aos fogos criadores de Cristo.